quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O sincero como desajustado social

JO 8:32

Por que viver em sociedade é tão complicado? Existem momentos em que ser o que EU sou, entra em paradoxo com o que EU devo ser, mas nem sempre o que eu devo ser para a sociedade é o correto para mim... complicado! O verdadeiro ser humano não é 100% legal, não é 100% seguro, 100% maduro e 100% feliz. A verdadeira pessoa que eu sou, tem seus momentos de insegurança, mal humor, imaturidade. É muito fácil fingir, difícil é manter aquilo que não somos por muito tempo. 
Tenho que ser legal o tempo todo? Concordar com alguém ou alguma situação só para não perder a amizade ou o valor daquilo que está em jogo? 
Precisamos da mentira porque ela amacia nosso ego, a mentira conforta, pois é sempre aquilo que queremos ouvir e aquilo que queremos falar, porque a verdade é sempre dolorosa, veja o exemplo:
A menina com seu namorado preguiçoso e galinha pergunta para a amiga o ela acha do carinha.
O que será que essa amiga vai dizer? O que você diria? Provavelmente você tentaria dizer a verdade, mas é realmente aquilo que sua amiga quer ouvir?
O sincero ao extremo é um excluído social, ele fica a margem porque todo mundo vai considerá-lo um chato, um mal humorado, infeliz, estraga prazeres... O sincero não confunde felicidade com prazer. 
A felicidade não é sorrir o tempo todo, o prazer sim, por isso acredito que não estamos na busca da felicidade e sim daquilo que nos dá prazer, daquilo que nos faz sorrir. Será que dá para ser e afirmar que é feliz sabendo que seu semelhante não muito distante, passa fome, sofre violência, não tem o mínimo de condições básicas para uma vida digna? Dá pra ser feliz sabendo que a guerra, corrupção, desigualdade? Acho que não dá!
Muita gente pode está lendo essas palavras e apenas julgando quem as escreveu, mas estou sendo sincera comigo mesmo ao dizer que não dá pra ser feliz sabendo de todas essas mazelas que nosso corpo e mente tem que enfrentar, por isso vamos buscando doses homeopáticas de prazer e gozamos daquilo que nos faz bem, o que também não e errado, precisamos disso para não entrar em parafuso.
Só que o ser sincero, não consegue se anestesiar totalmente do mundo e essa busca de prazer é muito mais difícil pra ele (para mim) do que pra qualquer outra pessoa acostumada com a nossa sociedade hipócrita. Cito Nietzsche quando ele diz que para a maioria, quão pequena é a porção de prazer que basta para fazer a vida agradável.
Eu como desajustada social ainda busco esse prazer sem perder a minha busca pela verdade.

Canteiros

Fagner

Quando penso em você
Fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa
Menos a felicidade
Correm os meus dedos longos
Em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
Já me dá contentamento
Pode ser até manhã
Sendo claro, feito o dia
Mas nada do que me dizem me faz sentir alegria
(Refrão 2X)
Eu só queria ter do mato
Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza
E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza ...
E deixemos de coisa, cuidemos da vida
Pois se não chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço
Sem ter visto a vida
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol
São as águas de março fechando o verão
É promessa de vida em nosso coração.


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